Guia do Acervo

Apresenta o resumo de alguns conjuntos documentais para divulgação do acervo. Inclui link de acesso aos instrumentos de pesquisa e documentos digitalizados.

Consulte as ferramentas de pesquisa online para mais informações sobre os fundos.

Sociedade Cultural Beneficente 28 de Setembro

A Sociedade Cultural e Beneficente 28 de Setembro foi fundada em 28 de setembro de 1945 por um grupo de 14 trabalhadores ferroviários da antiga companhia Estrada de Ferro Sorocabana e da Companhia Nacional de Estamparia (Cianê). A entidade surgiu com o intuito de promover atividades beneficentes, recreativas e culturais entre a população negra de Sorocaba, uma vez que outros clubes da cidade como o União Recreativo e o Sorocaba Clube não permitiam a entrada de negros, vindo, também, a ocupar um espaço como sucessora da representação local da Frente Negra Brasileira (FNB), a qual havia sido extinta após a instauração da ditadura do Estado Novo. Em 1978, com a reformulação de seu estatuto, surgiu a Escola de Samba 28 de Setembro que, através de seus enredos, passou a contar um pouco da participação do negro na história do país. No ano seguinte, foi instalado na sede social da Sociedade o Instituto de Cultura Afro-Brasileira (ICAB), ali permanecendo até 1992, quando foi transformado em órgão complementar da atual Universidade de Sorocaba (Uniso), passando a denominar-se Núcleo de Cultura Afro-Brasileira (NUCAB). Ao longo de 71 anos, a associação tem atuado na defesa e valorização da cultura afro-brasileira e teve seu auge na década de 1970, com os lendários bailes black. O acervo compreende, em sua maior parte, documentos de gestão financeira e patrimonial, sendo possível encontrar alguns documentos provenientes de entidades vinculadas à Sociedade, como o Núcleo de Cultura Afro-Brasileira (Nucab), Escola de Samba 28 de Setembro e MOMUNES – Movimento De Mulheres Negras De Sorocaba. Data(s): 1954-2018 (com lacunas), s.d. Dimensão e suporte: 4.448 documentos: 4.303 textuais e 145 iconográficos (121 fotografias, 15 cartazes, 7 plantas, 1 álbum e 1 desenho).

Descrição detalhada: ReDiSAP

Soweto Organização Negra

Fundada na cidade de São Paulo em 9 de março de 1991, a Soweto Organização Negra é uma das entidades do movimento negro paulista, filiada a CONEN (Coordenação Nacional das Entidades Negras), que construiu uma das mais significantes trajetória de militância no combate ao racismo na cidade de São Paulo, tornando-se uma das referências nessa luta no Brasil. Desde a sua fundação,  a entidade pressionou para que os órgãos públicos tomassem medidas que realmente fizessem a diferença na vida da população negra. A questão do quesito cor foi uma das primeiras reivindicações da Soweto, para que a Secretaria de Saúde de São Paulo incorporasse esse item nos seus instrumentos de análise e no seu sistema de informação. Uma década depois, em 2002, a Soweto discutia a política de Saúde Integral da população negra, através da SEPPIR (Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial), com vários estudos publicados, implantada no Governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O fundo reúne a documentação produzida e acumulada pela Soweto Organização Negra, no âmbito de sua trajetória de combate ao racismo. Compreende materiais provenientes das funções e atividades realizadas pela organização, dossiês com documentos de outras entidades do movimento negro brasileiro, de movimentos sociais, de órgãos de governos (Federal, Estadual e Municipal), de organizações intergovernamentais, fundações, empresas, institutos de ensino e pesquisa, associações sindicais e do Partido dos Trabalhadores (PT), com os quais a Soweto se relacionava, realizando uma série de projetos e parcerias. Data(s): 1978-2021 (período predominante). Dimensão e suporte: Aproximadamente 10.703 documentos textuais contendo mil títulos de publicação periódica, 59 dossiês de eventos e 200 cartazes sobre o Movimento Negro brasileiro e internacional.

Stanley e Barbara Stein

Stanley Julian Stein (1920-2019) foi um historiador estadunidense que se notabilizou por seus estudos econômicos e sociais sobre a América Latina e Espanha durante os séculos XVIII e XIX, e os legados do colonialismo e da escravidão. Fez sua primeira viagem de pesquisa ao Brasil em 1942, com financiamento de uma bolsa do Programa Roosevelt. Após interromper temporariamente os estudos para servir na Marinha americana durante a Segunda Guerra Mundial, graduou-se em História pela Universidade de Harvard, em 1951, onde foi aluno de Clarence H. Haring, importante acadêmico de história latino-americana. Influenciado pelos estudos sobre os ciclos econômicos, sua tese de doutorado teve como tema o desenvolvimento das fazendas de café no século XIX. Escolheu como objeto de estudo o município fluminense de Vassouras que, na segunda metade do século XIX, havia sido o maior produtor de café do mundo. A pesquisa se desenvolveu nos anos de 1948 e 1949, durante uma segunda viagem ao Brasil, e foi publicada em livro com o título Vassouras, a Brazilian Coffee Country, 1850-1900 (1957). A partir de 1970, Stanley J. Stein e sua esposa Barbara H. Stein, também historiadora e bibliógrafa de assuntos ibéricos e latino-americanos, publicaram em conjunto uma série de trabalhos sobre a Espanha e sua relação com os territórios ultramarinos, o que trouxe a ambos um alto reconhecimento acadêmico. A coleção reúne fotografias de autoria de Stanley J. Stein e de outros autores que registram aspectos do município de Vassouras, seus habitantes e arredores, além de uma bobina de arame com gravações de jongos entoados por habitantes da região. Data(s): 1948-1949. Dimensão e suporte: 7 negativos de vidro, 245 negativos flexíveis, 283 positivos, 1 cartão postal e 1 bobina de                                                                                                                                  arame sonora. 

                                                                                                                               Descrição detalhada: ReDiSAP

Supremo Tribunal de Justiça

O Supremo Tribunal de Justiça, previsto na Constituição de 1824, foi instituído por lei de 18 de setembro de 1828, com as seguintes competências: conceder ou denegar revistas nas causas; conhecer dos delitos e erros de ofício dos ministros das Relações, os empregados no corpo diplomático e os presidentes de províncias; conhecer e decidir sobre os conflitos de jurisdição e competência das Relações das províncias. Sua atuação não começou de forma imediata, tendo sido necessário um período de cerca de três anos para sua organização. Não funcionava em nível de última instância e sim como tribunal de revista e acabou por absorver todas as responsabilidades que cabiam à Casa da Suplicação do Brasil. O conjunto documental é composto por processos judiciais relacionados à pessoas escravizadas, oriundos dos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina, Espírito Santo, São Paulo, Bahia, Goiás, Maranhão e Mato Grosso. Data(s): 1809-1889. Dimensão e suporte: 155 processos reproduzidos em 26 rolos de microfilmes (a documentação original tem 2,46 metros lineares).

Descrição detalhada: ReDiSAP

Teatro Oficina

Considerada a maior e mais longeva companhia de teatro em atividade permanente do Brasil, o Teatro Oficina teve sua origem em 1958, a partir do encontro de artistas no Centro Acadêmico 11 de Agosto, da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo. A partir de 1967, com o aumento da repressão no contexto da ditadura brasileira, passou a desenvolver-se através do espetáculo-manifesto, o que levou à censura de suas peças em mais de uma ocasião. Com a montagem da peça O Rei da Vela, alcançou grande notoriedade e se colocou na vanguarda do movimento tropicalista. Em 1968, o musical Roda Viva também marcou a história do Oficina quando promoveu o encontro entre linguagem teatral e performance. Durante o período de exílio em Portugal, entre 1974 e 1978, produziu os filmes O Parto e 25, que tratam da Revolução Portuguesa de 25 de Abril e da independência de Moçambique, respectivamente. Contando ainda com intensa atividade, o Teatro Oficina foi responsável por revolucionar a linguagem e a estética teatral brasileiras, bem como a relação entre palco e plateia, constituindo-se em um dos mais importantes movimentos culturais de vanguarda da década de 1960 no Brasil. O conjunto é composto por documentos que registram a trajetória do grupo e permitem conhecer suas montagens e produções, ao mesmo tempo em que servem como testemunho de momentos importantes da vida político-cultural brasileira. Reúne documentação administrativa, roteiros, fotografias, diários de direção, textos de teatro, convites, cartazes, agendas, recortes de jornais e material audiovisual. Data(s): 1937-1987 (com lacunas). Dimensão e suporte: 17.891 documentos textuais e iconográficos (196 GF), 3.508 fotografias (129 GF), 26 cartões-postais, 5.494 negativos fotográficos, 662 slides, 11.372 contatos fotográficos, 269 películas cinematográficas, 170 fitas de vídeo U-Matic, 13 fitas VHS, 2 fitas de vídeo Betacam, 154 fitas de áudio em rolo, 77 fitas cassete, 164 cartazes, 15 plantas de arquitetura, 23 livros, 45 folhetos e 44 títulos de periódicos.

Descrição detalhada: ReDiSAP

The Mexican Rare Monograph Collection

O conjunto The Mexican Rare Monograph Collection reúne uma ampla variedade de documentos sobre o México, em publicações anteriores a 1900. A coleção se origina do legado de Adolph Sutro (1830-1898), empresário, político e filantropo que colecionava materiais de pesquisa em âmbito mundial, visando o acesso aos cidadãos de São Francisco, Califórnia. Após seu falecimento a família doou o material acumulado ao longo de sua vida para a Biblioteca do Estado da Califórnia. A coleção é composta por publicações periódicas, documentação, livros, folhetos, anuários e almanaques em cópias microfilmadas, reunidas em tópicos por assunto. Aborda temas sobre filosofia, religião, cultura, educação, literatura, ciência, história, geografia, ciências sociais, estatística, economia, comércio e finanças. Há também publicações sobre o governo, que tratam de políticas nacionais e estaduais, materiais jurídicos que tratam da justiça criminal, etc; e ainda outras sobre as culturas indígenas mexicanas e seus costumes. Traz ainda os primeiros materiais mexicanos sobre os domínios da língua e da literatura. Data(s): 1548-1861. Dimensão e suporte: 269 rolos de microfilmes 35 mm contendo 3.091 títulos.

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The Portuguese in Asia, 1498 – c.1800

A coleção The Portuguese in Asia, 1498 - c.1800 é baseada na bibliografia de Daya da Silva, intitulada "The portuguese in Ásia, an annotated bibliography of studies on Portuguese colonial history in Ásia, 1498 - c. 1800, publicado pela Inter Documentation Company (IDC Publishers), em 1987. A publicação constitui-se de um guia crítico de obras sobre a história da expansão portuguesa no continente africano e asiático até 1800. A coleção original pertence à Biblioteca Sutro, filial da Biblioteca Estadual de São Francisco, Estado Unidos. A coleção contém as publicações em microfichas referenciadas nesta bibliografia. Aborda temas como política, economia e sociedade, destes continentes, enquanto sob influência de Portugal. Data(s): [1531-1926]. Dimensão e suporte: 91 títulos reproduzidos em 1256 microfichas.

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To the Cape of Good Hope and a Beyond: Travel Descriptions from South Africa, 1711-1938

A coleção To the Cape of Good Hope and a Beyond: Travel Descriptions from South Africa, 1711-1938 contém um valioso acervo sobre a história da África do Sul, proveniente da Biblioteca  Sul-Africana em Amsterdã, criada em 1905 pela Netherlands-South African Society (NZAV). A sociedade foi fundada em 1881, por um grupo de acadêmicos, políticos e negociantes holandeses interessados em promover relações culturais entre os Países Baixos e a África do Sul. A biblioteca foi constituída inicialmente por coleções de intelectuais interessados pela história da África do Sul, tais como as de Olfert Dapper (1668), Abraham Bogaert (1711), Peter Kolb (1727) e Nicolaas van Kampen (1828), posteriormente com a chegada de novas doações, grande parte advinda de membros do NZAV, teve seu acervo ampliado. Passou a incluir ainda obras que tratavam de descrições de viagens, etnografia, história missionária e geografia histórica. A coleção que encontra-se no AEL é constituída por 28 obras em cópias em microfichas, reproduzidas pela IDC Publishers, que correspondem às descrições de viagens. Data(s): 28 títulos reproduzidos em 151 microfichas. Dimensão e suporte: 1711-1938 (com lacunas)

Descrição detalhada: ReDiSAP

Turma OK

A Turma Ok, criada em 1961 no Rio de Janeiro, é considerado o mais antigo grupo voltado para a sociabilidade LGTB existente do Brasil. O coletivo promovia reuniões informais, geralmente semanais ou quinzenais, nos apartamentos dos integrantes. O nome do grupo foi inspirado na alcunha que funcionava como uma espécie de senha entre os associados “Tudo OK”. Em 1962, o grupo foi ampliado com a entrada de homens que participavam de outros círculos homossexuais, entre eles Agildo Bezerra Guimarães, editor do jornal O Snob. Com o aumento do número de participantes, os encontros passaram a acontecer nas dependências do Clube 1° de Maio e depois no Cabaré Casa Nova (boate no bairro da Lapa), até se mudarem para uma sede própria, onde realizam diversas atividades até os dias de hoje, que incluem festas, reuniões, concursos e, principalmente, shows de artistas-transformistas. O conjunto reúne alguns poucos documentos relativos às atividades do grupo, tais como: correspondência e comunicados enviados aos associados, panfletos e recortes de jornais. O destaque encontra-se na variedade de periódicos voltados ao público homossexual, publicações raras das décadas de 1960 e 1970, entre eles: Okzinho, órgão oficial da Turma Ok, Darling, Gente Gay, Aliança de Ativistas Homossexuais, Cray Press Magazine, Foyer, La Saison, Le Femme, Littlle Darling, Mammy’s News, O Centauro, O Grupo, O Vic, Tiraninho, entre outros. Data(s): 1963-1990 (período predominante). Dimensão e suporte: 16 pastas de documentação textual e publicações periódicas.

                                                                                                                                 Descrição detalhada: ReDiSAP                                                                                      

Vanda Lacerda

Vanda Lacerda (1923-2001) foi uma atriz de rádio, teatro, cinema e televisão, nascida no Rio de Janeiro, que se destacou por ser intérprete de grande expressividade dramática, conceituada pela crítica e militante da classe artística. Formou-se em piano pela Escola Nacional de Música, mas interessada em teatro, seguiu carreira de atriz, estreando na Rádio Nacional, no final dos anos de 1940, e em 1943, desta vez no palco, por intermédio de Jerusa Camões. Atuou junto à companhia Os Artistas do Povo (1947-1948), como pianista e empresária teatral. Entre as telenovelas, teve destaque em: Minha Doce Namorada (1971), O Espigão (1974), Anjo Mau (primeira versão 1976), Sinal de Alerta (1979), Tudo ou Nada (1987), entre muitas outras. Nos anos de 1981 e 1982, assumiu a direção do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado do Rio de Janeiro (SATED-RJ), período em que foi aprovada a lei que regulamentou a profissão de ator. O conjunto é composto por fotografias, correspondência, cartazes, programas, diplomas, artigos de jornais e outros documentos relacionados à trajetória artística e vida pessoal da atriz. Destaca-se a documentação sobre a companhia Os Artistas do Povo, importante para a historiografia do teatro brasileiro, e alguns documentos familiares relativos ao seu pai, Olair Lacerda, e sua mãe, a anarquista Elvira Boni Lacerda, com fotos dos anos 1930 e 1940, incluindo papéis de associações de mulheres de bairro em que a mãe participava. Data(s): 1906-1998 (predominante 1960-1980). Dimensão e suporte: 0,70 metros lineares de documentação textual, 3 livros, 3 folhetos, 7 títulos de periódicos, 437 fotografias, 6 cartazes e 13 objetos tridimensionais.

                                                                                                                                 Descrição detalhada: ReDiSAP