Guia do Acervo

Apresenta o resumo de alguns conjuntos documentais para divulgação do acervo. Inclui link de acesso aos instrumentos de pesquisa e documentos digitalizados.

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Luiz Araújo

Luiz Araújo (1943-1985) foi um estudante de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP) que atuou na liderança do movimento estudantil ligado às correntes trotskistas. Foi um dos responsáveis pela estruturação do Movimento Estudantil 1º de Maio (ME1M) como organização política, em 1969. Em novembro de 1970, o ME1M passou a adotar o nome de Organização Comunista 1º de Maio (OC1M). Em 1976, após um longo processo de negociação, ocorre a unificação desta com a Fração Bolchevique Trotskista (FBT), do Rio Grande do Sul, dando origem à Organização Socialista Internacionalista (OSI). Expulso da OSI em 1978, foi professor do instituto que viria a ser o campus da Unesp-Marília. O conjunto, encontrado enterrado nos fundos de sua casa pelos familiares de Luiz Araújo, é composto por textos, correspondência, panfletos, artigos de jornais, livros e revistas sobre a temática do movimento estudantil trotskista. Data(s): [entre 1960 e 1973]. Dimensão e suporte: 240 livros, 3 volumes com documentação textual, folhetos, periódicos e recortes de artigos de jornais em quantidade não avaliada.

Descrição detalhada: ReDiSAP

Luiz Carlos Prestes

Luiz Carlos Prestes (1898-1990) foi um militar e político comunista brasileiro, nascido em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, que ficou conhecido por liderar a Coluna Prestes. Formou-se em engenharia na Escola Militar do Realengo. Era capitão do Exército quando participou do levante dos tenentistas no Rio de Janeiro, em 1922. Em 1924, licenciou-se do Exército e, em 1925, aliou-se aos dissidentes em Foz do Iguaçu com Miguel Costa, no que deram início à Coluna Miguel Costa-Prestes. Transferiu-se para a Argentina em 1930, e fundou a extinta Liga de Ação Revolucionária (LAR). Em 1931, foi para a União Soviética, onde dedicou-se aos estudos marxistas-leninistas. Ingressou no PCB em 1934. No ano seguinte, retornou clandestinamente ao Brasil, a fim de promover uma revolta armada no país. Foi preso em 1936, sob uma pena que durou nove anos. Atuou como secretário-geral do Comitê Central do PCB em 1943, e como senador, em 1945, tendo seu mandato cassado em 1947, juntamente com o cancelamento do registro do partido. Viveu sob a clandestinidade até 1958, e novamente 1964, quando do golpe militar. Exilou-se em Moscou, em 1971, e retornou ao Brasil em 1979. Em 1980, desligou-se do PCB e registrou seus motivos na Carta aos Comunistas. O conjunto é composto por documentos relativos ao período de exílio. Reúne manuscritos, livros, periódicos, registros impressos de suas atividades políticas, documentos de divulgação do Brasil no exterior e campanha pelos direitos humanos. Contém recortes de jornais com temas variados sobre o Brasil, além de matérias sobre o próprio titular. Destaca-se o jornal Voz Operária e outras publicações relativas ao Comitê Central, além de depoimentos de membros do PCB. Data(s): 1963-1990 (predominante 1963-1981). Dimensão e suporte: 11 metros lineares de documentação textual, 82 cartazes, 639 fotografias, 142 folhetos, 366 títulos de periódicos, 1.022 livros, 5 teses, 1 fita de áudio rolo, 1 fita de vídeo, 131 ilustrações, 21 objetos tridimensionais e 9 caixas-arquivo de documentação não avaliada.

Descrição detalhada: ReDiSAP

Luta pela Anistia por Celeste Fon

Fundado em 12 de maio de 1978, em São Paulo, o Comitê Brasileiro pela Anistia (CBA-SP) era constituído por representantes de entidades, sobretudo sindicais, que formavam núcleos profissionais dentro da organização. Celeste Fon participou da campanha pela anistia no Brasil como irmã dos presos políticos Antonio Carlos Fon e Aton Fon Filho, na Comissão de Familiares de Presos Políticos do Comitê Brasileiro pela Anistia (CBA-SP). Aton Fon Filho foi, no final de 1969, preso e torturado por sua atuação na Ação Libertadora Nacional (ALN), organização comandada por Carlos Marighella. Após permanecer quase uma década em cárcere, formou-se em Direito e tornou-se advogado de causas e movimentos sociais, tais como o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), especializando-se em conflitos agrários e direitos de populações tradicionais, além de membro da Rede de Advogados Populares, atuando como advogado de militantes e presos políticos. Mesmo liberto ainda durante o período militar, Aton Fon só foi legalmente anistiado em outubro de 2013, pela Caravana da Anistia. O conjunto é constituído por documentos textuais e iconográficos que registram a campanha pela anistia no Brasil, entre eles: cartas abertas e de denúncias dos presos políticos, material produzido pelo Comitê Brasileiro pela Anistia (CBA-SP), cartazes, folhetos, panfletos, periódicos, recortes de jornais e textos diversos sobre a situação dos presos e o movimento pela anistia. Data(s): 1974-1981 (período predominante). Dimensão e suporte: 3 caixas-arquivo e 9 pastas em grande formato de documentação textual e iconográfica (38 cartazes, 1 fotografia).

                                                                                                                                 Descrição detalhada: ReDiSAP

Marco e Mário Morel

Mário Morel (1937-2014) foi um jornalista brasileiro, natural de Santos, São Paulo, que ficou conhecido por uma série de reportagens que denunciavam a corrupção na polícia do Rio de Janeiro, publicadas no fim da década de 1950. Trabalhou nos jornais Última Hora e Diário da Noite. Em 1981, publicou o livro Lula o metalúrgico: anatomia de uma liderança. Seu filho, Marco Morel (1960- ), graduou-se em jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1985, e seguiu na área de História até a obtenção de seu pós-doutoramento. Atuou com pesquisa e militância na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), entre as décadas de 1970 e 1980. Registrou através de gravações: comícios, palestras, debates e programas eleitorais, que surgiam no processo de crise do regime militar. Organizou, na ABI, o Seminário Repensando o Centro Popular de Cultura, em 1981, através do qual obteve depoimentos e entrevistas sobre o tema. A coleção é composta por documentação referente aos movimentos de oposição à ditadura militar. Reúne também gravações do debate Formação de Novos Partidos, na ABI; gravações de programas políticos do PT e do Comício na Candelária, no Rio de Janeiro; palestras do Seminário Repensando o Centro Popular de Cultural; depoimentos sobre a Revolução Cubana e o Brasil; depoimento de Luiz Carlos Prestes; palestra de D. Paulo Evaristo Arns e o material utilizado para a elaboração do livro de Mário Morel sobre Lula. Data(s):1979-1988. Dimensão e suporte: 52 fitas cassetes, 3 cartazes, 16 periódicos, 4 folhetos, 50 documentos textuais e 47 artigos de jornais.  

                                                                                                                                Descrição detalhada: ReDiSAP

Maria Isabel Baltar da Rocha Rodrigues

Maria Isabel Baltar da Rocha Rodrigues (1947-2008) foi uma socióloga e militante feminista que, em sua focada atuação profissional e acadêmica, destacou-se com trabalhos sobre políticas populacionais, direitos reprodutivos e saúde da mulher trabalhadora, com especial atenção nas iniciativas em prol da descriminalização do aborto. Graduada em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, concluiu o doutorado pela Universidade Estadual de Campinas, em 1992, com a tese Política Demográfica e Parlamento: debate e decisões sobre o controle da natalidade. Entre os anos de 1976 e 1995, atuou na Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo em diversas atividades direcionadas à política populacional, saúde pública e, principalmente, saúde da mulher. Na década de 1980, integrou o quadro funcional da Unicamp como pesquisadora do recém criado Núcleo de Estudos de População (Nepo), além de atuar como colaboradora da Associação Brasileira de Estudos Populacionais (Abep). Também fez parte de diversas entidades e grupos de pesquisa voltados para a defesa da saúde e direitos reprodutivos das mulheres no Brasil e no contexto latinoamericano. O conjunto é composto pela documentação produzida e acumulada por Maria Isabel Baltar da Rocha Rodrigues no decorrer de suas atividades acadêmicas e profissionais, com ênfase na sua atuação enquanto pesquisadora do Nepo da Unicamp. Contém livros, manuscritos e material jornalístico sobre temas relacionados ao trabalho feminino, descriminalização do aborto e direitos reprodutivos das mulheres. Data(s): [1982-2008];. Dimensão e suporte: 84 caixas-arquivo e 5 pastas em grande formato de documentação não avaliada.

Mário Carvalho de Jesus

Mário Carvalho de Jesus (1919-1995) foi um advogado, natural de Araguari (MG), conhecido por sua atuação nas causas trabalhistas. Graduou-se em Direito pela Universidade de São Paulo, em 1947. Transferiu-se para a França por alguns meses, onde trabalhou em fábricas e teve contato com o sindicalismo francês, junto ao Movimento Operário Cristão. Atuou como advogado do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, entre os anos de 1953 e 1955. Posteriormente, foi advogado da Cia. Seguradora Brasileira e chefe do departamento jurídico da mesma empresa. Em seguida, constituiu uma sociedade de advocacia, que durou até 1960. As décadas de 1950 e 1960, foram marcadas por sua dedicação em impulsionar a organização de trabalhadores em greves. Sua atuação mais notável se deu na defesa dos operários do Sindicato dos Trabalhadores do Cimento, Cal e Gesso de São Paulo (Sindicato Perus) e que trabalhavam na Indústria de Cimento de Portland. A partir de sua popularidade e referência no meio sindical, participou ainda de diversas greves. Em 1960, Mário esteve entre os fundadores da Frente Nacional do Trabalho (FNT). Em 1978, participou da fundação do Secretariado Nacional Justiça e Não-Violência. O conjunto contém documentos relativos à sua vida pessoal, atividades profissionais e militância político-religiosa. A maior parte dos documentos se refere a sua atuação como advogado do Sindicato Perus; há também documentação administrativa do sindicato e dossiês sobre o Cartel do cimento e a desapropriação da Cia. Perus. Contém ainda documentação da FNT. Data(s): 1955-1995. Dimensão e suporte: 21 cartazes, 71 fitas cassete, 19 fitas de vídeo, 710 folhetos, 240 títulos de periódicos, 9 objetos tridimensionais, 1.500 livros, 3 teses e 1.414 fotografias.

Descrição detalhada: ReDiSAP

Mariza Corrêa

Mariza Corrêa (1945-2016) foi antropóloga, professora e pesquisadora do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCH) da Unicamp durante 30 anos. Nascida na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, formou-se em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), defendendo sua dissertação de mestrado em Ciências Sociais “Os Atos e os Autos: Representações Jurídicas de Papéis Sexuais” sob orientação de Verena Stolcke na Universidade Estadual de Campinas e sua tese de doutoramento “As Ilusões da Liberdade - a Escola Nina Rodrigues e a Antropologia no Brasil”, na Universidade de São Paulo (USP), sob orientação de Ruth Cardoso.  Foi coordenadora do “Projeto História da Antropologia no Brasil” (PHAB), além de diretora e, depois, presidente da Associação Brasileira de Antropologia (ABA). O conjunto reúne registros audiovisuais, documentos textuais e bibliográficos que registram a trajetória profissional e acadêmica de Mariza Corrêa e, com essa, uma parte da história e desenvolvimento da antropologia brasileira, além de depoimentos de importantes intelectuais das ciências sociais, como Claude Lévi-Strauss, Margaret Mead, Marilyn Strathern, Peter Fry, Florestan Fernandes, Manuela Cunha, Ruth Cardoso, Fausto Castilho, Wanderley Guilherme dos Santos, entre outros. Data(s): 1971-2013. Dimensão e suporte: 89 caixas-arquivo de documentação textual, livros, cadernos, documentos pessoais, teses, dissertações, correspondências, jornais, periódicos, cartazes, fotografias, cartões postais, 91 fitas cassetes, 20 DVDs e 34 fitas VHS. 

                                                                                                                                  Descrição detalhada: ReDiSAP

Maurício de Lacerda

Maurício Paiva de Lacerda (1888-1959) foi um advogado, jornalista, militante comunista e político brasileiro, natural de Vassouras, Rio de Janeiro, que ficou conhecido por colaborar expressivamente com a causa operária. Formou-se pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, em 1909. Tornou-se oficial de gabinete do presidente Hermes da Fonseca em 1910. Na vida política, foi eleito deputado federal em 1912, e reeleito em 1915. Envolveu-se com a causa tenentista, e participou dos levantes de 1922 e 1924, períodos nos quais também esteve preso. Fundou a Liga Socialista do Estado do Rio de Janeiro e, em 1930, elegeu-se novamente deputado federal, desta vez pela Aliança Nacional Libertadora (ANL). Com a extinção da ANL em 1935, fundou a Aliança Popular por Pão, Terra e Liberdade. Em 1939, tornou-se advogado-chefe da Caixa Econômica do Distrito Federal. No ano de 1945, aderiu a UDN, cuja seção carioca presidiu até 1946. Aposentou-se no serviço público, no qual trabalhou de 1939 a 1958. Colaborou em jornais e escreveu livros, entre eles: História de uma Covardia, Entre duas Revoluções, Política Profissional e A Evolução Legislativa do Direito Social Brasileiro. A coleção é composta por recortes de jornais microfilmados, que reúnem entrevistas, opiniões, discursos, conferências, propagandas das obras e artigos de terceiros sobre o titular. Possui também recortes sobre a posse de Assis Brasil na Câmara Federal, propagandas políticas de 1927, campanha de donativos à Coluna Miguel Costa-Prestes, entre outros. Data(s): 1921-1929 (predominante 1927-1929). Dimensão e suporte: 3 rolos de microfilme.

                                                                                                                                Descrição detalhada: ReDiSAP 

                                                                                                                               Documentos digitalizados

Miguel Costa

Miguel Alberto Crispim Rodrigo da Costa (1885-1959) foi um militar naturalizado brasileiro, conhecido por sua participação em importantes movimentos armados do início do século XX, notadamente na Coluna Miguel Costa-Prestes, da qual foi um dos comandantes. Nascido na Argentina, imigrou com sua família para o Brasil em 1892. Aos 15 anos, iniciou sua carreira militar na Força Pública de São Paulo, chegando em 1922 à patente de major fiscal do Regimento de Cavalaria. Participou do levante paulista de julho de 1924 e integrou a Coluna Miguel Costa-Prestes, a partir de 1925, ano em que também foi afastado da Força Pública. Posteriormente, exilou-se na Argentina, onde iniciaram-se as articulações do movimento de 1930 a favor de Getúlio Vargas, para o qual foi convidado a chefiar um destacamento com doze mil homens do Exército e das Brigadas do Rio Grande do Sul e do Paraná. Após a vitória do movimento em outubro, foi nomeado Secretário da Segurança Pública. Ajudou a fundar a Legião Revolucionária que, posteriormente, se transformou no Partido Popular Paulista. Partidário da Aliança Nacional Libertadora (ANL), foi preso em julho de 1935, ficando sob custódia durante um ano e oito meses. O conjunto é composto pela documentação reunida por Miguel Costa enquanto líder militar, contendo documentos relativos à Legião Revolucionária, à Força Pública, à sua atuação nos movimentos políticos (em especial a Coluna Miguel Costa-Prestes); além de documentos pessoais e correspondência familiar do período de exílio na Argentina. Agrega ainda material póstumo reunido por seu filho como diversos depoimentos recolhidos entre ex-combatentes. Data(s): 1927-1958. Dimensão e suporte: 1,90 metros lineares de documentos textuais (74 pastas arquivo), 130 livros, 33 folhetos, 76 fotografias, 16 negativos, 1 planta, 1 cartaz, 1 partitura, 7 mapas, 19 títulos de periódicos e 4 rolos de microfilmes.

Descrição detalhada: ReDiSAP

Militância Política e Luta Armada no Brasil

A Coleção reúne entrevistas com ex-militantes da luta armada, líderes estudantis e ex-exilados políticos brasileiros, oriundos de diversas organizações políticas atuantes no Brasil durante o período da ditadura militar, desde o golpe de 1964 até a anistia política em 1979. As entrevistas realizadas pelos produtores das coleções, destinaram-se à produção de trabalhos acadêmicos na área de História Social. Encontram-se depoimentos sobre movimento estudantil, militância política, estrutura das organizações políticas a quem pertenciam os militantes, movimentos guerrilheiros urbanos e rurais, luta armada e ações terroristas das organizações políticas de esquerda, exílio político e treinamento guerrilheiro em Cuba. Os produtores são pesquisadores na área de História Social e as entrevistas foram colhidas com o objetivo de elaboração de trabalhos acadêmicos. A coleção está dividida em quatro partes de acordo com a procedência da documentação: Denise Rollemberg, Marcelo Ridenti, Jean Rodrigues Salles e Mário Augusto Medeiros da Silva. Data(s): 1985-2006. Dimensão e suporte: Contém 159 fitas-cassete contendo 76 entrevistas, sendo 45 com transcrição, 1 volume encadernado contendo as transcrições e roteiros de 6 entrevistas transcritas, 1 tese de mestrado e 1 rolo de microfilme. 

Descrição detalhada: ReDiSAP